segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Poesia Favela



Que espaço é este chamado de Poesia Favela,
Criado para que a academia discuta se aproxime da periferia?
Como pode um ser nascido na favela reencantar o seu olhar com
O esgoto a céu aberto a conflitar com o azul?
Como pode um ser poeta ter uma alma lírica mesmo diante da violência operante?
Como pode manter calado o grito da dor que aos seus tímpanos estouraram com os desabamentos vividos depois das enchentes anunciadas,  pela descaso público?
De onde nasce a inspiração que formarão o enredo do sarau dos privilegiados por nascer, existir ?
Será que vem da música que o estomago vazio canta para acomodar suas tripas?
Será que vem do trabalho desta gente que é bendita?
Será que vem do medo, da força que a tudo assiste com a máscara da morte torcendo por um começo e premeditando o fim?
Penso vir da magia da vida que tem a proteção não avistada pelos olhos do corpo, porém, atiçada, ritmada pelo pulsar do tambor.
Vem da força que incendeia a veia do coração, vem como veio pra Zumbi dentro da embarcação.
Vem com Deus a nos guiar sem ter uma religião, mas com uma fé iluminada que quebra qualquer resistência até mesmo da ciência quando o assunto é vocação.

Valéria Barbosa

Um comentário:

  1. Eu quero falar um verso
    ainda que não seja o mais bonito,
    O mais inspirador, será com certeza
    O mais respirador do sufoco de minha Alma.

    Quero lançá-los nas discórdias,
    Nos conflitos,
    Pois ele já é mais que verso,
    De certo é um grito dos talentos oprimidos que socializo.

    Quero deixá-lo solto, Livre, tal qual sou dos pensamentos engessados,
    para que o meu grito não vire lamento ou queixume.

    Será com certeza a solução destes pensamentos,
    pois deixou de ser apenas um grito e se fortaleceu no eco do coletivo.

    Em metamorfose denuncia , cria autonomia e respeito da poderosa poesia.

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