Que espaço é este chamado de Poesia Favela,
Criado para que a academia discuta se aproxime da periferia?
Como pode um ser nascido na favela reencantar o seu olhar com
O esgoto a céu aberto a conflitar com o azul?
Como pode um ser poeta ter uma alma lírica mesmo diante da violência operante?
Como pode manter calado o grito da dor que aos seus tímpanos estouraram com os desabamentos vividos depois das enchentes anunciadas, pela descaso público?
De onde nasce a inspiração que formarão o enredo do sarau dos privilegiados por nascer, existir ?
Será que vem da música que o estomago vazio canta para acomodar suas tripas?
Será que vem do trabalho desta gente que é bendita?
Será que vem do medo, da força que a tudo assiste com a máscara da morte torcendo por um começo e premeditando o fim?
Penso vir da magia da vida que tem a proteção não avistada pelos olhos do corpo, porém, atiçada, ritmada pelo pulsar do tambor.
Vem da força que incendeia a veia do coração, vem como veio pra Zumbi dentro da embarcação.
Vem com Deus a nos guiar sem ter uma religião, mas com uma fé iluminada que quebra qualquer resistência até mesmo da ciência quando o assunto é vocação.
Valéria Barbosa
Eu quero falar um verso
ResponderExcluirainda que não seja o mais bonito,
O mais inspirador, será com certeza
O mais respirador do sufoco de minha Alma.
Quero lançá-los nas discórdias,
Nos conflitos,
Pois ele já é mais que verso,
De certo é um grito dos talentos oprimidos que socializo.
Quero deixá-lo solto, Livre, tal qual sou dos pensamentos engessados,
para que o meu grito não vire lamento ou queixume.
Será com certeza a solução destes pensamentos,
pois deixou de ser apenas um grito e se fortaleceu no eco do coletivo.
Em metamorfose denuncia , cria autonomia e respeito da poderosa poesia.